novembro 13, 2008

Fórum de Ética do CRP-RJ debate laudos e práticas psicológicas

No último dia 4 de novembro, a Comissão de Orientação e Ética (COE) do CRP-RJ realizou o Fórum de Ética: Os lugares do psicólogo e da psicologia -Laudos: ferramenta de intervenção?, na Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (Emerj).

A conselheira do Conselho Federal de Psicologia Anice Holanda Nunes Maia (CRP 11/01462) abriu o evento falando sobre as resoluções do CFP sobre avaliação psicológica. “Na avaliação psicológica, insere-se o laudo, principalmente o utilizado na Justiça como prova. Desses processos de intervenção, muitas vezes resultam laudos questionáveis e até refutáveis”, afirmou, acrescentando que essa questão não é apenas técnica, mas também ética. “Já vi casos em que o psicólogo nem viu a pessoa e fez o laudo baseado em petições da parte conflitante”.

Em seguida, o conselheiro-presidente do CRP-RJ, José Novaes (CRP 05/980), também chamou a atenção para a importância de se discutir a elaboração de laudos. “O psicólogo deve considerar os aspectos éticos e sociais em que a situação está inserida. Elaborar um laudo não é receita de bolo. É por ser feita com esse tecnicismo que boa parte das avaliações psicológicas, principalmente as que utilizam testes psicológicos, está em má situação”.

Novaes destacou ainda que, muitas vezes, as denúncias éticas que chegam ao CRP-RJ dizem respeito a laudos elaborados para casos de suspeita de abuso sexual de crianças. “Não cabe ao psicólogo julgar se houve ou não abuso. Quando um psicólogo que faz um laudo acusando o suposto abusador é penalizado pelo Conselho, é porque consideramos seu trabalho falho, incorreto. Mas diz-se que estamos protegendo o abusador e desprotegendo a criança”.

Também participou da mesa de abertura a conselheira presidente da COE do CRP-RJ, Lygia Ayres (CRP 05/1832), que explicou aos presentes o funcionamento da Comissão. “A COE é um órgão de assessoramento ao Plenário e à Diretoria do CRP, para aplicação do Código de Ética e do Código de Processamento Disciplinar, assim como o estudo e o desenvolvimento de programas relativos à ética profissional”, declarou.

Lygia explicou também o andamento dos processos éticos e a análise que a COE tem feito dessas representações. “Realizamos uma pesquisa com análise das denúncias. Não nos interessa uma pesquisa meramente estatística. Se vemos, por exemplo, que a maior parte dos psicólogos processados é de mulheres, pode parecer que as psicólogas mulheres cometem mais infrações do que os homens. Mas, na análise, levamos em conta que a nossa profissão é composta majoritariamente por mulheres”.

Em seguida, foram realizadas duas mesas redondas. Na parte da tarde, os presentes se reuniram em quatro grupos de trabalho para debater o uso de laudos nas áreas de Saúde, Educação, Justiça e Trabalho. Veja como foram as atividades:

Mesa “Avaliação psi nos dias de hoje”, com a psicóloga e professora da UFF Cecília Coimbra (CRP 05/1780) e a juíza de Direito Mônica Labuto

Mesa "Laudo: ferramenta de intervenção?", com Adriana Marcondes Machado, Leila Torraca de Brito, Miguel Angelo Barbosa Maia e José Henrique Valentim

Grupos de Trabalho


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