junho 29, 2010

CRP-RJ promove evento sobre as práticas no Sistema de Garantia de Direitos à Infância e Juventude

No dia 9 de julho, a Comissão de Justiça do CRP-RJ realizará a roda de conversa “Diálogos entre as Práticas no Sistema de Garantia de Direitos à Infância e Juventude”. O encontro pretende colocar em análise o distanciamento produzido nas práticas de assistência à infância, no Sistema de Garantia, entendendo que esse diálogo pode ser disparador para a construção e fortalecimento de redes.

O evento ocorrerá das 9h às 13h30, no auditório 91 da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo e-mail eventos@crprj.org.br.

Às 9h, haverá um café de manhã para recepcionar os participantes. A partir das 9h30, terá início a roda de conversa, com os convidados:

- Esther Maria de Magalhães Arantes (CRP 05/3192) - Psicóloga e Membro da Comissão de Direitos Humanos do CRP/RJ, do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente e Professora da PUC-Rio e da UERJ;
- André Rangel (CRP 05/19996) - Psicólogo do Centro de Formação da Associação Brasileira Terra dos Homens e Membro da Comissão de Psicologia e Justiça do CRP-RJ;
- Achiles Miranda (CRP 05/27415) - Psicólogo da Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS) e Membro da Comissão de Psicologia e Justiça do CRP-RJ;
- Antônio Pedro Soares - Advogado do Núcleo de Políticas Públicas e Controle Social - ODH Projeto Legal;
- Giovanna Marafon (CRP 05/3781) - Psicóloga, mestre em Educação e doutoranda do Programa de Psicologia / Estudos de Subjetividade da UFF - Grupo de pesquisa sobre a judicialização da vida e Membro da Comissão de Educação do CRP-RJ.

SERVIÇO: Roda de conversa “Diálogos entre as Práticas no Sistema de Garantia de Direitos à Infância e Juventude”

Data: 9 de julho de 2010
Local:Auditório da UERJ 9° andar, sala n° 91
R. São Francisco Xavier n˚ 524 - Maracanã

Inscrições: eventos@crprj.org.br

Publicação CFP

Referências técnicas para atuação de psicólogos no âmbito das medidas socioeducativas em unidades de internação

CFP comemora novas regras para cobertura dos planos de saúde e segue buscando cobertura completa em saúde mental

Entraram em vigor no início de junho as novas regras estabelecidas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para a cobertura mínima obrigatória oferecida pelos planos de saúde.

Alguns dos 70 procedimentos incluídos estão relacionados à Psicologia e, na opinião do CFP, que esteve presente em todas as etapas públicas da elaboração da Resolução Normativa da ANS, são uma vitória da atuação da categoria.

Destacam-se, como pontos positivos, a ampliação de consultas ambulatoriais e procedimentos de Psicologia e outras em saúde mental, e também a inclusão de princípios da reforma psiquiátrica antimanicomial na cobertura obrigatória, por meio sobretudo da obrigatoriedade do atendimento cotidiano em hospital-dia. Acompanhe abaixo detalhes das conquistas e desafios.

1) A ampliação da cobertura para saúde mental, na direção do que preconiza a Lei 10216/01, foi grande avanço na nova resolução da ANS.

Uma mudança positiva é a incorporação, no novo rol de procedimentos, de regulação da atenção à saúde mental na saúde suplementar. A nova Resolução da ANS (número 211) traz diversas conquistas, todas elas frutos diretos de persistente e qualificada gestão do CFP.

O artigo 3º da resolução incorpora, como princípio, a “adoção de medidas que evitem a estigmatização e a institucionalização dos portadores de transtornos mentais, visando o aumento de sua autonomia".

Outra grande conquista é que a atenção prestada aos portadores de transtornos mentais deverá priorizar o atendimento ambulatorial e em consultórios, utilizando a internação psiquiátrica apenas como último recurso terapêutico.

Item ausente na cobertura anterior e que foi incorporado é a cobertura obrigatória de todos os procedimentos clínicos ou cirúrgicos decorrentes de transtornos mentais, inclusive aqueles necessários ao atendimento das lesões auto-infligidas.

O atendimento/acompanhamento em hospital-dia é mais uma enorme conquista. Agora, casos graves em saúde mental podem ser atendidos em serviço abertos de atenção
Ainda que, para o CFP, o ideal fosse não haver restrição alguma a CIDs, mas um critério de gravidade de cada caso, o avanço possível, neste momento, foi obtido, com cobertura obrigatória desde que preenchidos alguns critérios, explícitos nas diretrizes de utilização.

O Conselho vem continuamente defendendo os princípios da Reforma Psiquiátrica no âmbito do Sistema Único de Saúde. Com esta mesma orientação, participou do grupo que elaborou novas diretrizes para atenção à saúde mental na ANS, já publicadas, e questionou a antiga Resolução do Conselho de Saúde Suplementar (Consu n° 11/98), substituída pelo novo Rol.

2) Ampliação de consultas ambulatoriais de Psicologia e outras em saúde mental, que representam o avanço para o atendimento em saúde mental e atuação do psicólogo na saúde suplementar.

A única cobertura relacionada ao atendimento ambulatorial em saúde mental prevista na resolução anterior, a 167, era de 12 sessões de psicoterapia, não existindo nenhum procedimento específico previsto para o trabalho do psicólogo.

A nova resolução (211) traz, portanto, enorme conquista: 40 sessões com psicólogo para alguns CIDs e 12 sessões de psicoterapia, também para alguns CIDs. Cresceu a quantidade possível para atendimento, mas houve também uma nova restrição de CIDs.

O cenário que o CFP buscou construir ao longo de sua atuação com a ANS era a cobertura sem limites para consultas, sem haver também restrição de CIDs, o que ainda não foi alcançado, mas continua sendo a meta para a categoria.

Mais um ponto positivo do novo texto é explicitar a condição ilimitada da cobertura hospitalar. Com isso, as intervenções de outros profissionais indicadas pelo médico assistente não têm mais limitação alguma - nem pelo número de sessões, nem em relação aos CIDs. Dessa forma, um paciente internado para transplante renal, por exemplo, cujo médico assistente solicite atendimento psicológico, deve receber as sessões que forem necessárias, independentemente de seu diagnóstico psicológico.

Atuação continua
O Conselho Federal de Psicologia, ao mesmo tempo em que reconhece e comemora os avanços, continua atuando fortemente na perspectiva da atenção integral e multiprofissional em saúde e, por isso, continua construindo subsídios e diretrizes, questionando, sobretudo, a limitação de sessões e subordinação do trabalho dos profissionais da psicologia ao médico assistente.

No mesmo sentido, o CFP continuará atuando no questionamento à necessidade de co-participação para internações, isto é, existência de cobrança aos pacientes a partir de um determinado número de dias de internação.

Houve acordos construídos durante todo o processo de debate sobre o novo Rol que foram deixados de lado após a consulta pública, na qual a pressão dos planos de saúde sobre a ANS foi visível.

Após a divulgação da Resolução Normativa número 211, pela ANS, o Conselho continuou atuando para garantir todos os avanços importantes para a profissão. Ele participa de ação conduzida pelo Ministério Público de Caxias do Sul (RS) que, em conjunto com outras Promotorias de Defesa da Saúde Pública, questionam, do ponto de vista legal, itens como a necessidade de solicitação de médico para o atendimento com psicólogos e para psicoterapia. Tal exigência, na avaliação do CFP, revela ilegítima e inconstitucional hierarquização da atuação dos profissionais da saúde, e vem sendo questionado justamente por ferir a autonomia das profissões.

Além disso, Conselho Federal de Psicologia participou das sete reuniões para discussão do novo rol de procedimentos e eventos em saúde, no primeiro semestre de 2009, opinou na consulta pública e esteve presente na reunião pós-consulta.

Uma pesquisa também foi realizada sobre os marcos legais da saúde mental na saúde suplementar, e publicada no documento “A regulação estatal sobre saúde mental no Brasil e suas implicações sobre os serviços de psicologia e psicoterapia na Saúde Suplementar”. A finalidade do documento é servir de subsídio técnico e jurídico para as ações do CFP junto às instâncias do governo e controle social para defender uma saúde suplementar que abranja todos os níveis de atenção à saúde, de forma integral e não limitada.


Fonte: POL

Serviço de Apoio LGBT, religiosos e HIV

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junho 24, 2010

O homem não aceita mais ficar triste

ISTOÉ - Independente

N° Edição: 2115 | 21.Mai - 21:00
Atualizado em 24.Jun.10 - 09:31

Miguel Chalub

"O homem não aceita mais ficar triste"

Uma das maiores autoridades brasileiras em depressão, o médico diz que, hoje, qualquer tristeza é tratada como doença psiquiátrica. E que prefere-se recorrer aos remédios a encarar o sofrimento
Adriana Prado

RECEITA
Chalub afirma que muitos médicos se rendem aos laboratórios farmacêuticos e Indicam antidepressivos sem necessidade

A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que a depressão será a doença mais comum do mundo em 2030 – atualmente, 121 milhões de pessoas sofrem do problema. Para o psiquiatra mineiro Miguel Chalub, 70 anos, há um certo exagero nessas contas. Ele defende que tanto os pacientes quanto os médicos estão confundindo tristeza com depressão. “Não se pode mais ficar triste, entediado, porque isso é imediatamente transformado em depressão”, disse em entrevista à ISTOÉ.

"Hoje, brigar com o marido, sair do emprego, qualquer motivo é válido para se dizer deprimido. Mas o sofrimento não significa depressão"

Professor das universidades Federal (UFRJ) e Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), ele afirma que os psiquiatras são os que menos receitam antidepressivos, porque estão mais preparados para reconhecer as diferenças entre a “tristeza normal e a patológica”. Mas o despreparo dos demais especialistas não seria o único motivo do que o médico chama de “medicalização da tristeza”. Muitos profissionais se deixam levar pelo lobby da indústria farmacêutica. “Os laboratórios pagam passagens, almoços, dão brindes. Você, sem perceber, começa a fazer esse jogo.”


"Há a tendência de achar que o medicamento vai corrigir qualquer distorção humana. É a busca pela pílula da felicidade"

Istoé
Por que tantas previsões alarmantes sobre o aumento da depressão no mundo?

Miguel Chalub
Porque estão sendo computadas situações humanas de luto, de tristeza, de aborrecimento, de tédio. Não se pode mais ficar entediado, aborrecido, chateado, porque isso é imediatamente transformado em depressão. É a medicalização de uma condição humana, a tristeza. É transformar um sentimento normal, que todos nós devemos ter, dependendo das situações, numa entidade patológica.

Istoé
Por que isso aconteceu?

Miguel Chalub
A palavra depressão passou a ter dois sentidos. Tradicionalmente, designava um estado mental específico, quando a pessoa estava triste, mas com uma tristeza profunda, vivida no corpo. A própria postura mostrava isso. Ela não ficava ereta, como se tivesse um peso sobre as costas. E havia também os sintomas físicos. O aparelho digestivo não funcionava bem, a pele ficava mais espessa. Mas, nos últimos anos, a palavra depressão começou a ser usada para designar um estado humano normal, o da tristeza. Há situações em que, se não ficarmos tristes, é um problema – como quando se perde um ente querido. Mas o homem não aceita mais sentir coisas que são humanas, como a tristeza.

Istoé
A que se deve essa mudança?

Miguel Chalub
Primeiro, a uma busca pela felicidade. Qualquer coisa que possa atrapalhá-la tem que ser chamada de doença, porque, aí, justifica: “Eu não sou feliz porque estou doente, não porque fiz opções erradas.” Dou uma desculpa a mim mesmo. Segundo, à tendência de achar que o remédio vai corrigir qualquer distorção humana. É a busca pela pílula da felicidade. Eu não preciso mais ser infeliz.

Istoé
O que diferencia a tristeza normal da patológica?

Miguel Chalub
A intensidade. A tristeza patológica é muito mais intensa. A normal é um estado de espírito. Além disso, a patológica é longa.

Istoé
Quanto tempo é normal ficar triste após a morte de um ente querido, por exemplo?

Miguel Chalub
Não dá para estabelecer um tempo. O importante é que a tristeza vai diminuindo. Se for assim, é normal. A pessoa tem que ir retomando sua vida. Os próprios mecanismos sociais ajudam nisso. Por que tem missa de sétimo dia? Para ajudar a pessoa a ir se desonerando daquilo.

Istoé
Quais são os sintomas físicos ligados à depressão?

Miguel Chalub
Aperto no peito, dificuldade de se movimentar, a pessoa só quer ficar deitada, dificuldade de cuidar de si próprio, da higiene corporal. Na tristeza normal, pode acontecer isso por um ou dois dias, mas, depois, passa. Na patológica, fica nas entranhas.

Istoé
Ainda há preconceito com quem tem depressão?

Miguel Chalub
Não. É o contrário. A vulgarização da depressão diminuiu o preconceito, mas criou outro problema, que é essa doença inexistente. Antes, a pessoa com depressão era vista como fraca. Hoje, as pessoas dizem que estão deprimidas com a maior naturalidade. Não se fica mais triste. Se brigar com o marido, se sair do emprego, qualquer motivo é válido para se dizer deprimido. Pode até ser que alguém fique realmente com depressão, mas, em geral, fica-se triste. O sofrimento não significa depressão. E não justifica o uso de medicamentos.

Istoé
Os médicos não deveriam entender este processo?

Miguel Chalub
Os médicos não estão isentos da ideologia vigente. O que acontece é: você vem ao meu consultório. Eu acho que você não está deprimido, que está só passando por uma situação difícil. Então, proponho que você faça um acompanhamento psicoterápico. Você não fica satisfeito e procura outro médico, que receita um antidepressivo. Ele é o moderno, eu sou o bobão. Para não ser o bobão, eu receito um antidepressivo logo. É uma coisa inconsciente.

Istoé
Inconsciente?

Miguel Chalub
Os médicos querem corresponder à demanda. Senão, o paciente sairá achando que não foi bem atendido. Receitando um antidepressivo, eles correspondem à demanda, porque a pessoa quer ser enquadrada como deprimida. Mas há a questão dos laboratórios. Eles bombardeiam os médicos.

Istoé
A ponto de influenciar o comportamento deles?

Miguel Chalub
Se for um médico com boa formação em psiquiatria, mesmo que não seja psiquiatra, ele saberá rejeitar isso, mas outros não conseguem. Eles se baseiam nos folhetos do laboratório. Não é por má-fé. Os laboratórios proporcionam muitas coisas. Pagam passagens, almoços, dão brindes. O médico, sem perceber, começa a fazer o jogo. Porque me pagaram uma passagem aérea ou me deram um laptop, acabo receitando o que eles estão querendo.

Istoé
O médico se vende?

Miguel Chalub
Sim. Por isso é que há uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária proibindo os laboratórios de dar brindes aos médicos. Nenhum laboratório suborna médico, não que eu saiba, nem vai chegar aqui e dizer: “Se você receitar meu remédio, vou lhe dar uma mensalidade.” Mas eles fazem esse tipo de coisa, que é subliminar. O médico acaba tão envolvido quanto se estivesse recebendo um suborno realmente.

Istoé
Esse lobby é capaz de fazer um médico receitar certo remédio?

Miguel Chalub
Aí é a demanda e a lei do menor esforço. Se o paciente chegar se queixando de insônia, por exemplo, o que o médico deveria fazer era ensiná-lo como dormir. Ou seja, aconselhar a tomar um banho morno, um copo de leite morno, por exemplo. Mas é mais fácil, tanto para o paciente quanto para o médico, receitar um remédio para dormir.

Istoé
Os demais especialistas também receitam remédios psiquiátricos, não?

Miguel Chalub
Quem mais receita antidepressivos não são os psiquiatras, são os demais especialistas. Os psiquiatras têm uma formação para perceber que primeiro é preciso ajudar a pessoa a entender o que está se passando com ela e depois, se for uma depressão mesmo, medicar. Agora, os outros, não querem ouvir. O paciente diz: “Estou triste.” O médico responde: “Pois não”, e receita o remédio. Brinco dizendo o seguinte: se você for a um clínico, relate só o problema clínico. Dor aqui, dor ali. Não fale que está chateado, senão vai sair com um antidepressivo. É algo que precisamos denunciar.

Istoé
Os psiquiatras deveriam ser os únicos autorizados a receitar esse tipo de medicamento?

Miguel Chalub
Não acho que seja motivo para isso. Os outros especialistas têm capacidade de receitar, desde que não entrem nessa falácia, nesse engodo.

Istoé
Mas os demais especialistas estão capacitados para receitar essas drogas?

Miguel Chalub
Em geral, não.

Istoé
É comum o paciente chegar ao consultório com um “diagnóstico” pronto?

Miguel Chalub
É muito comum. Uma vez chegou um paciente aqui que se apresentou assim: “João da Silva, bipolar.” Isso é uma apresentação que se faça? Quase respondi: “Miguel Chalub, unipolar.” É uma distorção muito séria.

Istoé
O acesso à informação, nesse sentido, tem um lado ruim?

Miguel Chalub
A internet é uma faca de dois gumes. É bom que a pessoa se informe. A época em que o médico era o senhor absoluto acabou. Mas a informação via Google ainda é precária. Muitas vezes, a depressão, por exemplo, é ansiedade. Mas as pessoas não querem conviver com a ansiedade, que é uma coisa desagradável, mas que também faz parte da nossa humanidade. Tenho uma paciente que disse: “Ando com um ansiolítico na bolsa. Saí de casa, me aborreci, coloco ele para dentro.” Então é isso? Se alguém me fala algo desagradável, eu tomo um ansiolítico? Isso é uma verdadeira amortização das coisas.

Istoé
O que causa a depressão?

Miguel Chalub
Esse é um dos grandes mistérios da medicina. A gente não sabe por que as pessoas ficam deprimidas. O mecanismo é conhecido, está ligado a uma substância chamada serotonina, mas o que o desencadeia, não sabemos. Há teorias, ligadas à infância, a perdas muito precoces, verdadeiras ou até imaginárias – como a criança que fica aterrorizada achando que vai perder os pais. As raízes da depressão estão na infância. Os acontecimentos atuais não levam à depressão verdadeira, só muito raramente. Justamente o contrário do que se imagina. Mas mexer na infância é muito doloroso. Não tem remédio para isso. Precisa de terapia, de análise, mas as pessoas não querem fazer, não querem mexer nas feridas. Então é melhor colocar um esparadrapo, para não ficar doendo, e pronto. É a solução mais fácil.

Istoé
O antidepressivo é sempre necessário contra a depressão?

Miguel Chalub
Quando é depressão mesmo, tem que ter remédio.

Istoé
Há quem diga que hoje a moda é ter um psiquiatra, não um analista. O que sr. acha disso?

Miguel Chalub
As pessoas estão desamparadas. Desamparo é uma condição humana, mas temos que enfrentá-lo, assim como o fracasso, a solidão, o isolamento. Não buscar psiquiatras e remédios. Em algum momento, isso pode ficar tão sério, tão agudo, que a pessoa pode precisar de uma ajuda, mas para que a ensinem a enfrentar a situação. Ensina-me a viver, como no filme. Não é me dar pílulas, para eu ficar amortecido.

Istoé
O que é felicidade para o sr.?

Miguel Chalub
A OMS tem uma definição de saúde muito curiosa: a saúde é um completo estado de bem-estar físico, mental e social. Essa é a definição de felicidade, não de saúde. Felicidade, para mim, é estar bem consigo mesmo e com o outro. Estar bem consigo mesmo é também aceitar limitações, sofrimento, incompetências, fracassos. Ou seja, felicidade também é ficar triste de vez em quando.

TOPOGRAFIA DE UM DESNUDO

filme de Teresa Aguiar entra em cartaz no Rio de Janeiro

Pré estréia

Cine Odeon, dia 25/06, às 19 horas, seguido de debate: "Imprensa, Estado e População de Rua"

SINOPSE: Rio de Janeiro, anos 60. A cidade prepara-se para receber a visita da rainha Elizabeth. Um clima de tensão social e política antecede o golpe militar. Uma jornalista investiga a morte de moradores de rua e se envolve num perigoso jogo de interesses. Governo e polícia empreendem a "Operação mata-mendigos", com o objetivo de "limpar" a cidade para a visita da rainha. Os mendigos são torturados e jogados no rio Guandú. Policiais e funcionários do Governo da Guanabara são indiciados. Com o Golpe de 64, os inquéritos são arquivados e o episódio apagado da história do Brasil.

Duração: 86 minutos (1 hora e 26 minutos). Drama / Ano de produção 2009.

Elenco:

Lima Duarte (Russo) Ney Latorraca (Manoel) Gracindo Junior (Paco) José De Abreu (Cabo Lucas) Nilda Maria (Teo) Maria Alice Vergueiro Kito Junqueira

TOPOGRAFIA DE UM DESNUDO participou da Mostra São Paulo/2009, nos festivais: de Vina del Mar, no Chile, no Film Bazzar do Festival de Cinema de Goa na India, no Ateneo Mairena em Sevilha, em Barcelona (Aula Magna na Universidade Autonoma de Barcelona) e no Centro Francesca Bonnemaison em Barcelona (Espanha). Também foi exibido no evento para assinatura da Politica Publica para População de Rua, com a presença do Presidente Lula, em dezembro 2009 em São Paulo. O filme ficou 2 meses em cartaz no Belas Artes/SP.

Assessoria de Imprensa / Rio

Paulo Henrique Souto.
Tels. 21 2535 1883
21 2535 1883 / 9644 1764.

"Topografia de um desnudo" é um filme necessário ao debate sobre a atual conjuntura social e política que atinge a população em situação de rua, especialmente no Rio de Janeiro.



Apoio:

Fórum Permanente sobre População Adulta em Situação de Rua do Estado do Rio de Janeiro
Fase - Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional
Conselho Regional de Serviço Social - RJ
Organização Civil de Ação Social - Revista Ocas
Conselho Regional de Psicologia - RJ

junho 17, 2010

Concursos

SESDEC

cargo de “Especialista em Gestão de Saúde”
Vagas: 38 A.C. + 2 P.N.E.
Vencimentos: A partir de R$ 5.082,00
Prazo de Inscrição: 15/06 a 18/07/2010
Prefeitura Municipal de Italva

Prefeitura Municipal de Italva

Vagas: 2 vagas de Psicólogo
Vencimentos: R$ 2.265,44
Prazo de Inscrição: 14/06 a 09/07/2010

Fonte: CRPRJ

IV Mostra Regional de Práticas em Psicologia foram prorrogadas

As inscrições de trabalho para a IV Mostra Regional de Práticas em Psicologia foram prorrogadas. É possível efetuar o pagamento até o dia 22 de junho e enviar o(s) resumos(s) até 27 de junho. Já para ouvintes o prazo é 14 de julho, pela internet, mas também será possível fazer a inscrição presencial no dia do evento. Participe!

PSICOCINE

A subsede do CRPRJ no Norte Fluminense realiza, em junho e agosto, o projeto Psicocine, que consiste na exibição de um filme nacional seguida debates sobre inclusão social, cidadania, saúde, educação e direitos humanos, entre outros temas. O próximo Psicocine ocorrerá na próxima quinta-feira, dia 17 de junho, em Campos, com o filme "Pro dia nascer feliz".

IX ENCONTRO CLIO-PSYCHÉ

INSCRIÇÃO: 14/06/2010 A 22/10/2010
Formulário de Inscrição

PERÍODO DE REALIZAÇÃO: 27/10/2010 A 29/10/2010

OBJETIVO:
O IX Encontro Clio-Psyché ocorrerá nos dias 27, 28 e 29 de outubro de 2010, com o tema “Gênero, Psicologia, História”. Profundamente marcados pelo movimento feminista, os estudos em torno do conceito de gênero se inseriram no contexto do questionamento das relações sociais tradicionais, gerando espaço para novas relações sociais, novos entendimentos acadêmicos, novas formas de produzir subjetividades e novos modos de existência. Em sua 9ª edição, o Encontro Clio-Psyché pretende abordar questões pertinentes ao conceito de gênero e os deslocamentos por ele produzidos nas relações de poder e nos discursos sobre a realidade, privilegiando abordagens relacionadas à história, à psicologia e áreas afins.

PROGRAMA:
1. Sexualidade, gênero e história
2. Saúde, gênero e história
3. Educação, gênero e história
4. Trabalho, gênero e história
5. Ciência, gênero e poder
6. Perspectivas históricas dos saberes psi
7. Reflexões historiográficas e história dos saberes psi.

EIXOS-TEMÁTICOS PARA SUBMISSÃO DE TRABALHOS / NORMAS PARA SUBMISSÃO DE RESUMOS

Informações adicionais

PRÉ REQUISITO/PÚBLICO ALVO:
Profissionais, pesquisadores e estudantes de Psicologia, História e Ciências Humanas.

DIAS DA SEMANA: 4ª, 5ª E 6ª FEIRA - Horário: 09:00 ÀS 21:00

LOCAL DO EVENTO:
Pavilhão : PAVILHÃO JOÃO LYRA FILHO
Logradouro: RUA SÃO FRANCISCO XAVIER, 524
Bloco/Andar/sala: F/10º ANDAR/

COORDENAÇÃO DO CURSO/ATIVIDADE:
ANA MARIA JACÓ VILELA

COMISSÃO ORGANIZADORA
Ana Maria Jacó-Vilela
Francisco Teixeira Portugal
Alexandre de Carvalho Castro
Saulo de Freitas Araújo

VALORES:

Matrículas
Profissionais
Até 20/08/2010: R$ 60,00

Dia 21/08/10 até o dia 31/09/2010: R$ 80,00

Do dia 01/10/10 até o dia 26/10/10: R$ 100,00

Estudantes
R$ 30,00

R$ 40,00

R$ 50,00

APOIO

Instituto de Psicologia – UERJ
Centro Edelstein de Pesquisas Sociais
Programa de Pós-graduação em Psicologia da UFRJ
Programa de Pós-graduação em Psicologia Social da UERJ
Centro de Produção da UERJ (CEPUERJ)
Conselho Regional de Psicologia – 5ª região


CONTATO

CENTRO DE PRODUÇÃO DA UERJ
Rua São Francisco Xavier, nº 524,
Pavilhão João Lyra Filho, 1º andar, bloco A, sala 1006
Maracanã;

Horário de Atendimento: 9h às 18h; Tel: 2334-0639 (Teleatendimento - horário das 8h às 19h)

junho 16, 2010

ENCONTROS PARA UMA VIDA MELHOR

Coordenação: Eliane Farah CRP. 7347/05

Este projeto consiste em levar a psicologia para o público em geral e psicólogos que tem interesse nos temas abordados por nossos profissionais. Os encontros são gratuitos e para a realização dos mesmos contamos com o apoio do CCAA – Unidade Marapendi.

Neste mês, dia 30, teremos a palestra da psicóloga Paula Nascimento que falará sobre o tema: “Crise no casal – A família de origem pode ter influência nestas crises?”

Veja anexo o cartaz desta palestra. Esperamos ter você conosco neste dia. Inscreva-se previamente.


CONTATO

Núcleo de Estudos e Aplicação da Gestalt-Terapia
Tel: (21) 2137-7709

Café Filosófico CPFL em Sorocaba

Maria Noemi de Araújo participa da série
Cair na ficção - Pintura, Cinema, TV e suas relações com a realidade

"O olhar tecido no espaço" é o tema de Maria Noemi de Araújo no Café Filosófico CPFL de 18 de junho, às 19h, em Sorocaba. O encontro integra a série Cair na ficção - Pintura, Cinema, TV e suas relações com a realidade, que tem curadoria do psicanalista Ricardo Goldenberg.

Maria Noemi de Araújo é psicanalista, pedagoga, mestre em Filosofia da Educação pela PUC-SP e em Sociologia da Educação pela Sorbonne e também doutora em Educação pela UFSCar. Participou do Cineclube Antônio das Mortes, em Goiânia, e realizou o vídeo Creche: um espaço educativo. Integrou a equipe do filme Passeios no Recanto Silvestre, de Mirian Chnaiderman, e é membro do Comitê de Redação da revista Infos-Brésil (Paris), responsável pela coluna 'Urbanités'.

"Um filme pode colocar em jogo os limites do corpo e do espaço tendo o olhar como vínculo íntimo que os une. A partir dos conceitos freudianos de fobia e angústia histérica, analisaremos o olhar como um organizador da dialética entre o subjetivo e o objetivo, o interior e o exterior, o imaginário e o simbólico. Em Eu me lembro (2006, Navarro), Pixote (1981, Babenco) e Zazie no metrô (1960, Malle) nos interessa o olhar da infância que vai ao longo do filme articulando a linguagem do filme com a concepção freudiana sobre a importância do que a criança ouve em relação ao que vê e fala", adianta a convidada sobre o encontro desta sexta-feira.

O Café Filosófico CPFL em Sorocaba é realizado no Auditório da CPFL Piratininga (Avenida Armando Pannunzio, 1555 - Jd. Romilda). A entrada é gratuita e por ordem de chegada a partir das 18h (capacidade: 90 lugares).

Mais informações no site ou pelo telefone (19) 3756-8000.



Assessoria de imprensa
CPFL Cultura
Cárita Abdal
carita@cpfl.com.br
(19) 3256-2500 / (19) 7808-3547

Comissão da Câmara aprova licença-paternidade de 15 dias

Projeto prevê benefício aos pais biológicos e adotivos. Texto, de autoria do Senado, ainda passará por outras comissões

A Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei do Senado que aumenta de cinco para 15 dias consecutivos a licença-paternidade ao pai biológico ou adotivo, segundo informações da Agência Câmara.

O texto, aprovado no dia 26 de maio, também garante ao pai estabilidade de 30 dias no emprego após o término da licença-paternidade. De acordo com o Projeto de Lei 3935/08, o benefício valerá para os trabalhadores do regime Consolidação das Leis
do Trabalho (CLT).

Segundo o projeto, se a licença-paternidade for solicitada durante as férias, ela só será contada a partir do primeiro dia útil após o término das férias. Se o pedido de licença for feito nos primeiros 15 dias de férias, no entanto, prevalecerá a licença-paternidade e as férias começarão a ser contadas depois do fim da licença.

Em relação ao pai adotivo, o texto concede a licença mediante a simples comunicação do fato, acompanhada da certidão de nascimento ou de documento oficial de adoção, independentemente da idade do adotado.

Projetos rejeitados
A comissão rejeitou os PLs 4853/09 e 4913/09, que tramitam em conjunto com o projeto do Senado. O PL 4853/09 fixa em 30 dias consecutivos o prazo da licença-paternidade, com validade também para o pai adotante.

Já o PL 4913/09 institui a licença-adoção, estendendo a licença-maternidade da trabalhadora adotante, prevista na CLT, para o trabalhador do sexo masculino que venha a adotar. Além disso, institui o salário-adoção entre os benefícios da Previdência Social.

Tramitação
Os projetos, que tramitam em caráter conclusivo, ainda serão analisados pelas comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público, de Finanças e Tributação e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Militares
A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional aprovou, também no dia 26 de maio, o Projeto de Lei 5896/09, do Executivo, que regulamenta as licenças maternidade e paternidade no âmbito das Forças Armadas, de acordo com informações da Agência Câmara.

A proposta incorpora o direito à licença para pais adotantes e a extensão voluntária da licença maternidade em 60 dias, aprovada pela Câmara em 2008 e que já está regulamentada para as servidoras do Executivo, segundo a Agência Câmara.

A proposta tramita em caráter conclusivo e ainda será analisada pelas comissões de Seguridade Social e Família, e de Constituição e Justiça e de Cidadania


Fonte: G1

junho 10, 2010

Palestra Gratuita - encontro com Christian Hoffmann

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Lançamento do livro A Vida Criativa em Winnicott

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O trabalho de Beatriz Gang Mizrahi, que tem origem em sua tese de Doutorado em Psicologia Clínica realizado na PUC-Rio, se junta valorosamente àqueles que buscam repensar alguns alicerces da psicanálise a partir das impactantes e surpreendentes contribuições de Winnicott, cujos textos nos mostram com simplicidade e limpidez a relevância e a urgência de se sair de um modelo que restringe a vida psíquica a um funcionamento intrapsíquico, se entendemos que a gênese e a formação do psiquismo se dá na interação deste com o ambiente. Mizrahi explora de forma criativa e competente as implicações políticas desta nova concepção para o ambiente social. Por um lado, elabora uma pertinente crítica a alguns valores tanto da modernidade quanto da pós-modernidade, e por outro, enfatiza a importância, para os indivíduos como para a sociedade, de contextos sociais facilitadores.

André Martins

Filósofo e psicanalista, professor associado da UFRJ

Ao confrontar a obra de autores tão formidáveis e distintos como Donald W. Winnicott e Michel Foucault, Bia Gang produz um trabalho ousado e original tanto no sentido acadêmico quanto no sentido ético-político. Suas inquietações procuram romper os limites estritamente epistemológicos, articulando afeto e poder, criatividade e alteridade, subjetividade e história, singularidade e política. Baseada em uma sólida experiência clínica e institucional, Bia Gang desconstrói a naturalização do desamparo humano, presente na obra freudiana, como pedra de toque para construção de um homem criativo, solidário e socialmente novo, hibridizando de forma original o mundo subjetivo e o mundo político.

Esta obra interessa não apenas ao leitor acadêmico mas a todos aqueles que buscam uma teoria crítica que forneça subsídios para a construção de subjetividades ética e politicamente comprometidas com a solidariedade, a participação e a transformação social.

Gustavo Corrêa Matta
Psicólogo e psicanalista, pesquisador da FIOCRUZ
Beatriz Gang Mizrahi é psicanalista, Doutora em Psicologia Clínica pela PUC-RJ.

EM CINE - CICLO DE DEBATES

Sobre relacionamentos familiares
Toda última 4ª feira do mês será exibido um filme, acompanhado de debate coordenado por um profissional especializado


Exibição do filme:

A lula e a baleia

de Noah Baumbach (EUA, 2005)

Tema:
Desdobramentos da separação conjugal

Sinopse:
Bernad Berkman já foi um romancista de grande sucesso e vê sua esposa Joan despontar na área. A partir do divórcio do casal, cada membro da famíla terá que lidar com desafios e desdobramentos inesperados que trazem questões e sentimentos novos. A narrativa é construída a partir do ponto de vista de Walt, o filho adolescente de 14 anos.

Coordenação do debate:
Rosana Rapizo
Psicóloga, terapeuta de família e doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social da UERJ

Data: 23 de junho de 2010 (4ª feira)
Horário: Excepcionalmente das 18:00 às 20:30
Local: UERJ, Rua São Francisco Xavier, 524,
10º andar, Bloco D, sala 10.030, SPA - Maracanã

Inscrições 10 min. antes do evento
Informações: (21) 2334-0872 ou proadol@uerj.br

Conferimos declaração de participação

ENTRADA FRANCA

Realização:
Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ
Instituto de Psicologia- IP
Programa de Formação em Direitos da Infância e da Juventude - Pró-Adolescente