Entrevista com a presidente, Dra. Ana Bock
23.01.2007
G1
Luísa Brito
Saber ouvir, ter interesse e sensibilidade para compreender o outro, seu comportamento e atitudes, é essencial no dia-a-dia de um psicólogo seja ele do setor clínico, organizacional ou assistencial, definem profissionais da área.
Nesta edição do Guia de carreiras, você vai saber mais sobre a profissão, que estuda o comportamento e o mecanismo mental dos seres humanos, as principais áreas de atuação e quais os setores que devem gerar emprego nos próximos anos. Segundo especialistas da área, o mercado da profissão tem potencial, mas está retraído. “O mercado está restrito para o tamanho da categoria”, afirma a presidente do Conselho Federal de Psicologia, Ana Bock.
Atualmente, o órgão contabiliza 170 mil profissionais cadastrados em todo o país. Desses, 25.500 não atuam na área. A maioria, cerca de 90 mil, calcula o conselho, trabalha com psicologia clínica. A grande concentração de profissionais em uma só área gera má remuneração e pouco oferta de serviço. “Poucos estão desempregados, mas têm muitos que trabalham poucas horas e só no consultório”, afirma Bock. Segundo ela, os novos profissionais devem estar atentos a novas áreas.
“O caminho não é se formar e montar clínica, a pessoa deve se especializar, trabalhar em vários locais e só depois pensar em montar consultório”, aconselha o presidente do Sindicato dos Psicólogos no Estado de São Paulo (Sinpsi-SP), Rogério Giannini.
A área de atuação é ampla, garantem pessoas do setor. Quem trabalha com clínica, pode fazer terapia baseada em diversas linhas como a psicanálise, a junguiana, a comportamental , a bioenergética, o psicodrama, entre outras.
Na área hospitalar, o profissional pode trabalhar com pessoas com distúrbios mentais e também acompanhar pacientes em centros médicos que estejam passando por uma doença grave ou cirurgia de risco, como é o caso das operações de redução de estômago, nas quais é exigido o acompanhamento de um psicólogo.
Outra vertente da psicologia é a de recursos humanos, na qual o profissional faz seleção e treinamento de funcionários, avaliação de desempenho e coordena o relacionamento da empresa com seu empregado. Esse setor, em geral, é o que remunera melhor.
Há também a psicologia educacional, que acompanha o relacionamento de estudantes, pais e professores no ambiente escolar.
Cursos
Segundo dados da Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (Abep), anualmente cerca de 14 mil pessoas se formam nos 364 cursos em funcionamento no país. A graduação dura cinco anos e mistura atividades teóricas e práticas ao longo dos semestres letivos.
A partir do segundo ano do curso, os estudantes já começam a ter trabalhos de observação. “Nessas disciplinas, eles aprendem a observar o comportamento das pessoas e identificar possíveis alterações”, explica Flávia Sollero, coordenadora da graduação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).
Na Universidade Federal do Paraná (UFPR), o aluno pode participar de atividades práticas desde o segundo período nos trabalhos de núcleos especiais mantidos pela instituição. No entanto, segundo o chefe interino do departamento de psicologia, Carlos Augusto Serbena, só há contato mais direto com pacientes a partir do sexto período.
Durante a faculdade, o estudante aprende procedimentos de todas as áreas de atuação para que nos últimos anos do curso, possa escolher o que mais lhe interessa para fazer seu estágio profissionalizante. Pelas diretrizes do Ministério da Educação (MEC), esse estágio deve durar 500 horas e tem que ser orientado por um professor. Além desse tempo de prática, o aluno deve fazer também duas monografias no último ano do curso.
outubro 21, 2009
Psicólogo tem que saber ouvir e compreender o outro
Marcadores: artigos, Entrevista
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