fevereiro 24, 2008

A evolução do desenho infantil

A evolução do desenho infantil
25-Sep-2006

Muitos profissionais e, até mesmo os próprios pais, tentam interpretar os desenhos infantis na intenção de conhecer melhor o universo das crianças. No entanto, antes de fazer qualquer interpretação, é preciso lembrar que nenhum desenho deve ser considerado de forma isolada do contexto em que foi elaborado, caso contrário, não farão sentido as declarações propostas, podendo, o profissional, incorrer em erro de julgamento, estando mais próximo às práticas de "adivinhação".

Conhecer os "padrões" de desenho típicos de cada faixa etária pode ajuda a verificar o desenvolvimento da criança.

Desenhar é uma forma de expressão da criança, de modo que o desenho constitui uma forma de comunicação e imitação do mundo à sua volta, incluindo o mundo do adulto. Por isso, é interessante que pais e professores estimulem as crianças apresentando diferentes tipos de desenhos e obras de arte que possam ajudar na assimilação de novas informações, construção de novos conhecimentos e assim enriquecer o seu grafismo.

O gesto de desenhar pode estar associado à satisfação de deixar a sua marca. Os primeiros rabiscos feitos em livros e folhas, aparentemente estimados pelo adulto, pode significar a vontade de participar do universo adulto, um mundo que exerce seu fascínio sobre a criança pequena.

Ao final do seu primeiro ano de vida, a criança já é capaz de manter ritmos regulares e produzir seus primeiros traços gráficos, fase conhecida como dos rabiscos ou garatujas. O desenvolvimento progressivo do desenho implica mudanças significativas que, no início, dizem respeito à passagem dos rabiscos iniciais da garatuja para construções cada vez mais ordenadas, fazendo surgir os primeiros símbolos. O desenho representa uma forma de ação da criança, que está explorando seu meio. O aspecto lúdico sobressai e a criança tende a se mostrar impressionada com os efeitos visuais que sua ação produz.

O importante é respeitar os ritmos de cada criança e permitir que ela possa desenhar livremente, explorando diversos materiais, suportes e situações, sem a intervenção direta de adultos.

Alguns psicólogos e pedagogos, recorrendo a uma linguagem mais coloquial, utilizam as seguintes referências para fasear a evolução do desenho infantil:

Entre um e três anos
É a idade das garatujas: simples riscos feitos em razão do incipiente controle motor. Os limites do papel são ignorados pela criança que pode sujar todo o corpo para desenhar, assim como avançar seus traçados para as paredes e chão. As primeiras garatujas são linhas longitudinais que, com o tempo, vão se tornando circulares e, por fim, se fecham em formas independentes, que ficam soltas na página. No final dessa fase, é possível que surjam os primeiros indícios de figuras humanas, como cabeças com olhos.

Entre três e quatro anos
Já conquistou a forma e seus desenhos têm a intenção de reproduzir algo. A criança também respeita melhor os limites do papel. Mas o grande salto é ser capaz de desenhar um ser humano reconhecível, com pernas, braços, pescoço e tronco.

Entre quatro e cinco anos
É uma fase de temas como: paisagens, casinhas, flores, super-heróis, veículos e animais, variando no uso das cores e buscando um certo realismo. As figuras humanas já dispõem de novos detalhes, como cabelos, pés e mãos, e a distribuição dos desenhos no papel obedece a uma certa lógica, do tipo céu no alto da folha. Aparece ainda a tendência para a antropomorfização, ou seja, a emprestar características humanas a elementos da Natureza, como o famoso sol com olhos e boca. Esta tendência costuma prolongar-se até aos sete ou oito anos.

Entre cinco e seis anos
Os desenhos baseam-se sempre em roteiros com começo, meio e fim. As figuras humanas aparecem vestidas e a criança dá grande atenção a detalhes como as cores. Os temas variam e podem não ter relação com a própria vida da criança, indicando capacidade de representar e contar histórias sobre o mundo à sua volta

Entre sete e oito anos

O realismo é a marca desta fase, em que surge também a noção de perspectiva. Ou seja, os desenhos da criança já transmitem uma impressão de profundidade e distância. Extremamente exigentes, muitas crianças deixam de desenhar se acharem que seus trabalhos não estão bonitos.

1 comentários:

Socialização da Arte disse...

Marcia, o seu blog ta tudo de bom me add... sou professora de desenho e pesquisadora iniciante de desenho infantil;abraços e felicidades....