julho 07, 2009

II Congresso Internacional Cidade, poder e cotidiano

16 a 19 de novembro de 2009

Apresentação

Bem vindo à home page do II Congresso Internacional UFES/Université de Paris-Est, cujo tema central é Cidade, Cotidiano e Poder! A opção por discutir um tema como esse resulta da importância assumida, tanto ontem como hoje, pelo fenômeno urbano. De fato, a cidade é uma notável fabricação do intelecto e da práxis humanas na sua interação com o meio-ambiente, uma maneira assaz peculiar de o homem tornar familiar o espaço no qual habita, transformando-o, segundo suas necessidades e desejos, num espaço simbolizado, adornado e revestido de cultura. Esse domínio progressivo sobre o meio-ambiente se manifesta desde o traçado original das ruas até as sociabilidades que têm lugar no cotidiano, uma vez que a cidade é suporte de representações e de memórias, bem como de atividades ordinárias (o comércio, o trânsito, a troca de informações) e extraordinárias (a festa, os campeonatos esportivos, o protesto político). Desse modo, os topônimos urbanos, dentre os quais a rua ocupa uma posição preeminente, cumprem uma tripla função: informativa, lúdica e simbólica.
Por outro lado, as estratégias que tentam disciplinar os topoi urbanos– ou melhor, que tentam representá-los – são, ao fim e ao cabo, estratégias de poder que se enraízam no solo urbano, regulando os trânsitos, delimitando os confins e os limiares, sacralizando e dessacralizando os lugares, adestrando as sociabilidades, em suma, produzindo e reproduzindo, em termos geográficos, polarizações, contradições, analogias estabelecidas em nível ideológico, de maneira que, no horizonte da paisagem urbana, as representações coletivas adquirem uma visibilidade por vezes majestosa, encarnada em monumentos arquitetônicos destinados a celebrar uma função/instituição, a ordenar um espaçamento, a ratificar uma autoridade. Apreendida sob esta lógica, a cidade é incessantemente construída e reconstruída pelos grupos sociais em permanente interação, os citadinos que a coabitam e que “projetam”, cada qual ao seu modo, a cidade utópica. A idéia de cidade, uma cidade modelada segundo propósitos, pressupostos, intenções particulares a cada grupo desemboca amiúde em uma ação efetiva sobre o solo citadino visando a torná-lo mais adequado à vida em comunidade mediante a ordenação de um território.
O evento dispensa ainda uma atenção particular à complexidade do fenômeno urbano no mundo contemporâneo, uma vez que os centros metropolitanos e, em especial, as assim denominadas megalópoles, constituem um autêntico desafio, não apenas para os pesquisadores interessados em captar a sua dinâmica, mas também para os gestores públicos, chamados a todo o momento a intervir com a finalidade de solucionar os inúmeros problemas característicos do ambiente metropolitano. Nesse sentido, pretende-se promover um debate acerca das políticas públicas urbanas a partir de uma perspectiva histórica, de modo a perceber como, no passado, as sociedades lidaram com a tarefa de organizar o território citadino. Na realidade, a definição da questão urbana como um conjunto complexo de demandas políticas e sociais requer um exame atento das feições assumidas pelo processo de desenvolvimento urbano em outros tempos e lugares. Por fim, estima-se discutir os mecanismos que conformam as modalidades urbanas contemporâneas à luz da relação entre crescimento, modernização e fragmentação social.


Maiores informações no site UFES

0 comentários: