setembro 28, 2009

VOU CHAMAR A POLÍCIA

E OUTRAS HISTÓRIAS DE TERAPIA E LITERATURA

IRVIN YALOM

Uma mistura de ficção e realidade tem sido a base dos livros de Irvin Yalom, um dos autores sempre presente na lista dos best sellers, nos últimos anos. Entre eles, Quando Nietzsche chorou e A cura de Schopenhauer. Psiquiatra renomado, Yalom costuma transmitir sua experiência em psicanálise na sua obra literária. Esse processo criativo é detalhado por ele em Vou chamar a Polícia, livro que está sendo lançado pela Agir.

A partir do que ele chama de Vinhetas literárias - trechos de alguns de seus livros – Yalom analisa a relação entre a literatura e a psicologia. Para ele, a literatura instrumentou a psicologia, desde os primórdios, bem antes do advento do método científico. Na sua opinião, de grandes pensadores – como Sófocles e Ésquilo – a dramaturgos, como Shakespeare e escritores célebres, como Cervantes e Dostoievski, contribuíram, com suas criações, para o estudo da psique humana. Isso porque, em suas obras, tocaram nas mais íntimas motivações do homem.

Em Vou chamar a Polícia, ele faz paralelos entre os trechos de seus livros – relatos de seus pacientes – e a criação literária. São relatos que trazem histórias de dificuldades em enfrentar situações adversas e colocam em foco a relação paciente-terapeuta, com suas fantasias, envolvimento e desentendimentos. A partir dessas situações, o autor ora remete o leitor a pensar na similaridade entre elas e alguma obra literária; ora aponta os elementos que ligam seu método terapêutico ao processo criativo de um escritor. “O enfoque terapêutico que acabei desenvolvendo é intimamente ligado ao ato de ler escrever”, afirma.

Ao mesmo tempo, Yalom relata sua própria trajetória da psicoterapia à ficção, misturando lembranças íntimas a detalhes, como a elaboração e construção da trama de Quando Nietzsche chorou, seu primeiro sucesso, como escritor. Revela ainda quem foi o psicanalista que serviu como inspiração para o principal personagem do Romance Mentiras no divã.

Tantas informações poderiam ter transformado Vou chamar a polícia em um livro de leitura difícil. Mas, a habilidade do autor em contar histórias provoca e empatia entre o leitor e personagens. E, especialmente, entre o leitor e o autor, que não hesita em expor seus sentimentos – diante do seu cotidiano particular ou diante da prática clínica - tornando o livro uma verdadeira lição de vida.

Irvin D. Yalom é psicanalista e escritor, autor de best sellers, como Quando Nietzsche chorou, A cura de Schopenhauer e Mamãe e o sentido da vida. Professor de psiquiatria da Universidade de Stanford, na Califórnia, é também autor de livros especializados, como Psicoterapia existencial, Teoria e prática de psicoterapia de grupo e O dom da terapia.

Vou chamar a Polícia, de Irvin Yalom
Tradução: Lucia Ribeiro da Silva e Mauro Pinheiro
Editora Agir
Marlene Martelotte: marlenemartelotte@ediouro.com.br
Tels.: (21) 3882-8439 / 8291 / 8462

0 comentários: