março 17, 2010

Dezoito estados realizam manifestações no Dia Nacional de Luta contra o Ato Médico

Em defesa da saúde pública e do trabalho multidisciplinar na área, profissionais e estudantes foram às ruas para mostrar à sociedade que o Projeto de Lei (PLC nº 7703/2006 / PLS 268/2002) conhecido como Ato Médico, que tramita no Senado Federal, em fase final, representará um retrocesso para a saúde, prejudicando a autonomia das outras 13 profissões da área, entre elas a Psicologia.


As manifestações aconteceram ao longo do dia 9 de março, em dezessete estados e no Distrito Federal. A data ficou marcada como o Dia Nacional de Luta contra o Ato Médico. Em marchas, atos, atividades culturais e atendimento gratuito ao público, os profissionais e estudantes distribuíram panfletos, levaram faixas, fizeram apitaços e entregaram a parlamentares manifestos contrários à aprovação do PL.


“As ações realizadas em conjunto com as demais categorias profissionais da saúde foram positivas no sentido de mostrar para a população o retrocesso que será causado para a área caso o Projeto seja aprovado. Termos conseguido realizar mobilizações em 17 capitais, e em muitas cidades do interior, mostra a capilaridade da discussão, que está chegando nas pessoas e nos parlamentares estaduais. Também mostra a capacidade de mobilização das categorias”, avalia o presidente do CFP Humberto Verona. Ele ressalta que, além de interferir no trabalho de outras profissões, o PL do Ato Médico, se aprovado, prejudicará a sociedade, que perde a possibilidade de contar com profissionais de várias áreas trabalhando de formada integrada e articulada, em equipes multiprofissionais, definindo conjuntamente o diagnóstico e o tratamento.


Para a coordenadora do Fórum das Entidades Nacionais dos Trabalhadores da Área da Saúde (Fentas), Ana Cristhina Brasil, as manifestações cumpriram o objetivo de chamar a atenção para o movimento contrário ao PL do Ato Médico. “Estamos neste momento com articulações bem adiantadas com parlamentares”, destacou. “A mobilização foi muito boa, mas não acabou. Essa foi a primeira de muitas ações estratégicas. Precisamos manter viva a chama da luta”, indicou.


A data foi mais uma ação das categorias profissionais que serão atingidas pelo PL, que pretende tornar privativo da classe médica todos os procedimentos de diagnósticos sobre doenças, indicação de tratamento, realização de procedimentos invasivos e a possibilidade de atestar as condições de saúde, o que desconsidera a trajetória das demais profissões. Ao tornar privativa dos médicos a chefia de serviços, indica uma hierarquização contrária ao trabalho multiprofissional que o Sistema Único de Saúde prevê para a saúde.


Os atos públicos pela não aprovação do PL tiveram início dia 27 de fevereiro último. Na capital paulista, o evento conhecido como Virada da Saúde, organizado pelos conselhos profissionais de Saúde do Estado de São Paulo reuniu um público estimado em 20 mil pessoas no Parque do Ibirapuera. No estande do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo, estudantes, profissionais, parlamentares e público em geral puderam conhecer mais sobre o PL e firmarem um abaixo-assinado conta a sua aprovação. No Paraná, as manifestações aconteceram em seis cidades e foram importantes para esclarecer as razões da Psicologia pela rejeição ao PL.


Saiba como foram as manifestações nos estados


Diversos parlamentares estaduais e federais enviaram manifestos de apoio à campanha, mas a mobilização continua. Envie manifesto aos senadores, divulgue, lute pela saúde multidisciplinar no Brasil. Se aprovado no Senado, só resta o veto presidencial.


FONTE: CFP

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